Que afligia os nordestinos
Velhos, jovens e meninos
Em serviços de emergência
Todos com triste aparência
Sofriam na falta do pão
Saiam no estradão
Pedir ao doutor clemência
Era claro a evidência
Buscar uma solução
Em cima do caminhão
Caçacos empoeirados
Semblantes desfigurados
Devido a situação
Filhos esperando o pão
Ficaram chorando em casa
Uma seca só atrasa
Passei por essa aflição
Nas quebradas do sertão
Lar sem comida se arrasa
A dificuldade do pão
O governo dava um feijão
Bem encruado pra eu
Vinha farinha ruim
Bolachas mofas e vencidas
Eu peguei ele me deu
O feijão não cozinhava
As vezes o dia terminava
Porque mais endureceu
Pro outro dia ficava
Água e fogo era direto
Dezenas de vezes fervia
Deixávamos pro outro dia
Era o caldo com farinha
Um feijão todo encruado
Alimento descartado
Vencido e separado
Pro pobre que carecia
Depois que o rato roia
Era tão ruim o bocado!
Traziam as rapaduras
Distribuíam vencidas
Já ruidas pelos ratos
Pros eleitores nordestinos
Tratados como peregrinos
mofas as bolachas e farinha
Mas o faminto agarrava
Era ajudas mesquinhas
Nada daquilo prestava
Levavam pras criancinhas
Desde setenta que voto...
Ouviu doutor?
Eu provei do feijão duro
Que o senhor nos mandou
Porque não mandaram novas?
Rapadura e farinha
Nelas ratos ia e vinha
Era pra nós que mandavam
Mas vocês, deles não tocavam
Mas que ajuda mesquinha!
Estamos mais espertos
O passado está transparente
Ninguém mais engana a gente
Nada fica descoberto
É melhor se aquietar
Fique parado onde está
Sabemos tudo o que fez
Você pode relembrar?
Deixe o outro passar
Está perdido desta vez
Em serviços de emergência
Todos com triste aparência
Sofriam na falta do pão
Saiam no estradão
Pedir ao doutor clemência
Era claro a evidência
Buscar uma solução
Todos em busca da emergência
Pra trabalharem em rodagem
Suavam, cavavam o chão
Bebendo água enferrujada
Com lama da cor do torrão
No meio do calorão
A ferrugem flutuava em cima
Com a poeira do clima
Em meio a cavação
Assim crítico na rima
Pra trabalharem em rodagem
Suavam, cavavam o chão
Bebendo água enferrujada
Com lama da cor do torrão
No meio do calorão
A ferrugem flutuava em cima
Com a poeira do clima
Em meio a cavação
Assim crítico na rima
Em cima do caminhão
Caçacos empoeirados
Semblantes desfigurados
Devido a situação
Filhos esperando o pão
Ficaram chorando em casa
Uma seca só atrasa
Passei por essa aflição
Nas quebradas do sertão
Lar sem comida se arrasa
A dificuldade do pão
O governo dava um feijão
Bem encruado pra eu
Vinha farinha ruim
Bolachas mofas e vencidas
Eu peguei ele me deu
O feijão não cozinhava
As vezes o dia terminava
Porque mais endureceu
Pro outro dia ficava
Água e fogo era direto
Dezenas de vezes fervia
Deixávamos pro outro dia
Era o caldo com farinha
Um feijão todo encruado
Alimento descartado
Vencido e separado
Pro pobre que carecia
Depois que o rato roia
Era tão ruim o bocado!
Traziam as rapaduras
Distribuíam vencidas
Já ruidas pelos ratos
Pros eleitores nordestinos
Tratados como peregrinos
mofas as bolachas e farinha
Mas o faminto agarrava
Era ajudas mesquinhas
Nada daquilo prestava
Levavam pras criancinhas
Desde setenta que voto...
Ouviu doutor?
Eu provei do feijão duro
Que o senhor nos mandou
Porque não mandaram novas?
Rapadura e farinha
Nelas ratos ia e vinha
Era pra nós que mandavam
Mas vocês, deles não tocavam
Mas que ajuda mesquinha!
Sabemos que esteve a frente
Nos anos passados pra trás
Votos, digo não tem mais
Não esqueci, foi transparente
Cadê aqueles milhões
Destinado aos sertões
Alguém esperto levou
Que era da transposição
O corrupto passou a mão
De novo o governo botou
Nos anos passados pra trás
Votos, digo não tem mais
Não esqueci, foi transparente
Cadê aqueles milhões
Destinado aos sertões
Alguém esperto levou
Que era da transposição
O corrupto passou a mão
De novo o governo botou
Estamos mais espertos
O passado está transparente
Ninguém mais engana a gente
Nada fica descoberto
É melhor se aquietar
Fique parado onde está
Sabemos tudo o que fez
Você pode relembrar?
Deixe o outro passar
Está perdido desta vez
Cordel do poeta e amigo Francisco Benício do Iguatu