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MINHA VIDA, MEUS CORDÉIS

O mundo é bão Sebastião


Esta estória eu vou narrar
Com muita satisfação
Uma saga intrigante
Do amigo Bastião
Que partiu pra pauliceia
Transformando em epopeia
E me enchendo de emoção

A mudança para São Paulo
Ocorria com freqüência
Ele teve que partir
Mas fez com muita prudência
Deixando aqui a lembrança
Levou consigo a esperança
Da divina Providência

À sua mãe dona Diolência
E a seu pai Sebastião
Com os olhos mareados
Pedia sua benção
Tenham lembranças de mim
Deixo Quixeramobim
Com o coração na mão

Os irmãos já tinham ido
Bastião em euforia
O primeiro a partir
Foi o mano Zé Maria
Depois partiu Manoel
Cornélio seguiu o tropel
E por fim Nilza partia

Três dias de viagem
Uma tortura sem-fim
Para um garoto imberbe
Parecendo um serafim
Vida nova ele encara
Lá no Jardim Jabaquara
Sua viagem chega ao fim

À familia muito grande
Precisava ajudar
Sem medir nenhum esforço
Num hotel foi trabalhar
Por todos bem recebido
Recebeu logo apelido
Chamaram-no de Ceará

Era pau pra toda obra
Lá nos serviços gerais
Cada dia evoluía
Alegria dos demais
Mas surgiu lá um chefinho
De apelido mineirinho
Parecendo um capataz

Pegou no pé do garoto
Era só perseguição
Estava forçando a barra
Para uma demissão
Dia come outro não come
Outros passando fome
Sofreu muita humilhação

Depois de muito sofrer
Disse aqui não fico mais
Fez então uma provinha
Para a Eletroradiobras
Passou logo e foi chamado
Estava bem empregado
Estava feliz demais

Mas o destino queria
Que ele fosse algo mais
Provou para todo mundo
Do que ele era capaz
Outra chance ele viu
E logo se demitiu
Da Eletroradiobras

Fez concurso pra dois bancos
E nos dois ele passou
Crefisul ele queria
Banco Safra ele adorou
Crefisul era demais
O Safra pagava mais
Neste banco ele ficou

Começou como Office-boy
Mas aos pouco foi crescendo
Seu progresso era latente
Todo mundo estava vendo
O garoto miudinho
De apelido tiquinho
A todos foi convencendo

Uma luta dolorosa
Estudar e trabalhar
Além de tudo isso
Já pensava em se casar
Escolástica a escolhida
Desde logo a preferida
Quis voltar pro Ceará

Casou-se numa semana
Na outra já se mudou
Os planos para a mudança
Com o gerente arranjou
Iam abrir uma agência
Isso era uma emergência
Pra terrinha ele voltou

Do banco se aposentou
Com trinta e cinco anos
Mas parar de trabalhar
Nunca esteve nos seus planos
Da política ativista
De partido é petista
Inimigo dos tucanos

Diante de tudo dito
Quero aqui agradecer
Por você ser meu amigo
Pela chance de escrever
Este cordel honrado
Que aqui vai publicado
Você fez por merecer

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LITERATURA DE CORDEL