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MINHA VIDA, MEUS CORDÉIS

Deixe-me no meu Nordeste


Poeta Gonzaga fez
Um cordel interessante
Faço outro nesse instante
Pois agora é minha vez
Viver nessa escassez
Tem que ser cabra da peste
Ser do Norte ou do Leste
Não altera meu perfil
Se for partir o Brasil
Deixe-me no meu nordeste

Se o Brasil é unitário
Eu me sinto dividido
Se o Brasil for repartido
Eu quero ser partidário
Sigo meu itinerário
Morando no meu agreste
Sem temer fome nem peste
Vivendo sonho infantil
Se for partir o Brasil
Deixe-me no meu Nordeste

Nordestino tem valor
Simboliza a resistência
Mostra sua paciência
Obstina seu amor
Numa onda de calor
Pouca roupa ele veste
A pele que o reveste
Tem um molde varonil
Se for partir o Brasil
Deixe-me no meu Nordeste

Tanto faz morar no Norte
Ou também morar no Sul
Debaixo de um céu azul
Ele mostra o lado forte
Primando por sua sorte
Não teme quem o moleste
No trabalho ele investe
Desde a época juvenil
Se for partir o Brasil
Deixe-me no meu Nordeste

Edimar Monteiro

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LITERATURA DE CORDEL