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MINHA VIDA, MEUS CORDÉIS

Medo de ficar solteiro

Quando está chovendo muito
Nunca tenho agasalho
Quando vou comprar meu queijo
Só compro se for de coalho
Posso ter rios de dinheiro
Mas não quero ficar solteiro
Mesmo a mulher dando trabalho

Quando quero me divertir
Prefiro jogar baralho
Quando era criancinha
Só brincava com chocalho
Posso até ser fazendeiro
Mas não quero ficar solteiro
Mesmo a mulher dando trabalho

Quando vou limpar minha casa
Começo pelo assoalho
Quando faço minha comida
Não uso pimenta nem alho
Posso até ser farofeiro
Mas não quero ficar solteiro
Mesmo a mulher dando trabalho

Quando vou arrumar meu quarto
Às vezes me atrapalho
Quando acordo muito tarde
Sempre perco o trabalho
Posso até ser presepeiro
Mas não quero ficar solteiro
Mesmo a mulher dando trabalho

Quando saio pra comer Pizza
Eu me sujo e me emporcalho
Tem sempre um garçom por perto
Para quebrar o meu galho
Posso até ser rotineiro
Mas não quero ficar solteiro
Mesmo a mulher dando trabalho

Quando olho no espelho
Vejo que já estou grisalho
Os cabelos estão caindo
Os que sobram eu espalho
Faço isso o dia inteiro
Mas não quero ficar solteiro
Mesmo a mulher dando trabalho


Quando jogava futebol
Era sempre o artilheiro
Quando fazia o ginásio
Sempre era o primeiro
Tudo isso é alvissareiro
Mas não quero ficar solteiro
Mesmo a mulher dando trabalho

Quando ainda era garoto
Assustava-me com o espantalho
Quando hoje tenho medo
De todo santo me valho
Podem me chamar de santeiro
Mas não quero ficar solteiro
Mesmo a mulher dando trabalho

Quero me casar logo
Não sou mais nenhum pirralho
Viver sozinho eu não quero
Este ano eu desencalho
Posso esperar até fevereiro
Mas não quero ficar solteiro
Mesmo a mulher dando trabalho

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LITERATURA DE CORDEL