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MINHA VIDA, MEUS CORDÉIS

Trinta dias de saudades


Fiz um cordel aos oitenta
Outro aos oitenta e cinco
Faria um aos noventa
Quem sabe aos noventa e cinco
Mas se Deus dissesse amém
Teria mais um aos cem
Este sim, com mais afinco

Quedei-me neste, agora
Com desejo de chorar
Todo pranto tem demora
Tem seu dia de jorrar
Desce lasso ou apertado
Sem consolo ou consolado
Não se tem como escapar

Trinta dias de saudades
Daqueles dilacerantes
De duras realidades
De dores excruciantes
Fizeste tua partida
Faço aqui a despedida
Nada será como antes

Sem árvores frondosas
Sem a hora do descanso
Sem risadas gostosas
Sem o seu jeitinho manso
Sem seu beijo carinhoso
Sem o seu “cheiro cheiroso”
Sem cadeira de balanço

Amor de mãe constrói
Nos enche de emoção
Saudade de mãe corrói
Dilacera o coração
Pelo meu amor fraterno
Pelo seu amar eterno
Tens a minha gratidão

Edimar Monteiro

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LITERATURA DE CORDEL