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MINHA VIDA, MEUS CORDÉIS

O corretor de imóveis e a velhinha esperta


Todo corretor tem um caso
O meu vou contar na hora
Uma cliente me ligou dizendo:
Quero comprar uma casa agora
Mas tem que ser bem bonitinha
Pois é para minha mãezinha
Ela é cheia de nove-hora

Eu disse não tem problema
Até quanto quer comprar?
Ela disse corretor
Até cem mil acho que dá
Mas tem que ser bonitinha
Pois é para minha mãezinha
E ela está meio gagá

Disse logo: tenho uma
Que pegamos em abril
Tem um grande terreno
E vale noventa e dois mil
Ela é bem boazinha
Foi feita para sua mãezinha
Coisa igual ninguém já viu

Marcamos logo o encontro
Tinha que ser urgente
Queria me livrar da casa
E tocar o barco em frente
A casa era uma bombinha
Eu ia vender pra velhinha
Já fiquei todo contente

Quando ela desceu do carro
Eu fui logo me benzendo
A velhinha era esperta
E pra filha foi dizendo
Esta casa que você viu
Não vale nem cinquenta mil
Cadê o homem que está vendendo?

Ela disse: seu corretor isto é favela
Lotada de maconheiro
E eu dou o maior duro
Pra ganhar o meu dinheiro
Não quero ser enganada
A casa não vale nada
Só presta pra galinheiro

A velhinha saiu ligeiro
Parecendo aborrecida
Acho que ela botou macumba
Ou foi coisa parecida
Só sei que dali pra frente
Não ligou nem um cliente
E a casa não foi vendida.

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LITERATURA DE CORDEL